Uma
poesia muda, que não ousa alterar o limite da dúvida pra não se perder
em desencantos, barco que flutua em ondas leves de um mar raso, sem
destino, mas que beira à ilha. Um prazer em certezas que se limitam nas
covardias necessárias, pois, mesmo sem destino, já é bom: a brisa
salgada, o porto seguro, que, por
isso não é o mais almejado, os sonhos sugestivos sem ilusões é doce que
também vicia. Quanto custa um sonho dividido, um pecado confessado? Por
onde estão as veredas nunca trilhadas? Quanto dói um sentimento
declarado? Porque temos que pagar pela gratuidade? O prazer seria um
mendigo ou príncipe? (Fátima Oliveira - 02/2011)
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