9 de nov. de 2010

TRISTE CONTRADIÇÃO POÉTICA - RIACHO QUE LIGA RUA NOVA À RUA GRANDE

O poema que você irá ler abaixo retrata uma época em que o Riacho Pitimbu, próximo ao campo central, era um leito onde se dava prazer banhar todos os dias pelo meio-dia. Quem é de minha época que não lembra do poço do angico, logo detrás da trave do campo? Velhos e bons tempos que parecem não voltar mais... Não pelo tempo que nos empurra, mas pelo cenário que já não é o mesmo. Lixo e mais lixo é a imagem predominante neste ambiente que um dia só víamos água, pedras, plantas rasteiras e a ingenuidade dos pulos mortais dados sobre as límpidas águas do hoje riacho do lixão. Quem tem mais culpa? A falta de consciência dos moradores? Ausência de políticas públicas eficientes? Fica a pergunta e o desejo de um dia, mesmo que de uma cadeira de balanço imaginando-me com o delírio do último suspiro, presenciar o brilho das águas do riachinho.detalhe: Mesmo com água, o riacho é rodeado de lixo.


Riacho Pitimbu

No riacho pitimbu
Todos ali banhavam
Lavavam sua roupas
Que de tão limpa cheiravam
E também seus alumínios
Que parecia com prata.

Suas águas cristalinas
Limpa e azulada
Onde hoje se encontra
De lixo imundiçada
Faz pena quem conheceu
Aquelas águas azuladas.

Que triste situação do riacho
Cobriram de entulho suas águas
Nem nas noites de silêncio
Não se ouve seu murmurar
Coberto por tanto lixo
Pobre coitado, o riacho.
(Creuza Jonas - 23/03/2004)

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