7 de mar. de 2010

MULHER: SER FRÁGIL OU FORTALEZA?

De Marinez Carvalho da Silva Dias

O 8 de março é lembrado como “Dia Internacional da Mulher” porque, neste dia, no ano de 1857, em uma fábrica têxtil, de Nova York, nos Estados Unidos, um grupo de mulheres fez uma greve em protesto contra uma jornada diária de 16 horas de trabalho, aliada a baixos salários. Como resposta, os patrões mandaram tocar fogo no prédio e 129 mulheres morreram queimadas. Foi por isso, em homenagem a estas operárias assassinadas, que a data foi oficializada como dia internacional da mulher.
Se buscarmos na cultura da Grécia Antiga (séculos V e IV a.C.), podemos ler em Platão e Aristóteles, filósofos clássicos que marcaram a história da filosofia, as afirmações de que “os homens covardes, que foram injustos durante a sua vida serão, muito provavelmente, metamorfoseados em mulheres quando se reencarnarem” e “a fêmea é fêmea em virtude de certa falta de qualidades”.
Como estas, são várias as formas de discriminação da mulher expressas na literatura histórica. Nos últimos 50 anos o avanço é visível, mas a igualdade entre os gêneros não é simples.
Já não é mais necessário sair às ruas queimando sutiãs, fazendo passeatas, exigindo respeito. Hoje, faz-se necessário exigir o fim das impunidades daqueles que ainda se acham no direito de maus-tratos físicos ou morais.
Nós mulheres, mesmo trabalhando igual ou até mais que os homens, ainda recebemos tratamento desigual no trabalho e no salário.
O cientista político Sérgio Abranches afirma que “a importância crescente das mulheres no mundo do trabalho mostra que elas são cada vez mais indispensáveis na formação da renda familiar”.
Como se fosse uma sina conjugar no feminino dor e sofrimento glorifica-se a mulher numa data cuja origem é marcada pelo extermínio de um grupo de trabalhadoras, imoladas sumariamente. Da mulher sempre se exigem renúncias e sacrifícios em prol da família. É a “rainha” do lar. Esse reinado, no entanto, implica a sua despersonalização, impede realizações pessoais e gratificação profissional, passando sua vida a gravitar em torno do sucesso do marido e dos filhos. Tendo por missão dar-lhes apoio e tranqüilidade, realiza-se com o brilho deles, sendo vedado a ela buscar qualquer ideal fora do âmbito doméstico(1).
São várias as conquistas, mas ainda não temos muito que comemorar, muito ainda temos o que conquistar. Não queremos competir, queremos é ser respeitadas e valorizadas iguais ao gênero masculino. Homens e mulheres precisam somar esforços e competências na construção de um mundo melhor, com igualdade naquilo que se vive.
A sociedade não será melhor com a mulher imitando ou querendo ser superior ao homem. Ela fará a sua parte tentando desfazer as marcas patriarcais, ajudando a humanidade a repensar os valores e conceitos que traz enraizado na sua vivência social.
Nosso papel na sociedade ainda está sendo construído através de ensaios e erros. No entanto, temos a certeza de que queremos ser mulheres na totalidade do que isso significa: mulheres sexuadas, mães, profissionais, bonitas, independentes, participativas, amadas e, acima de tudo, respeitadas.
A sociedade humana só será melhor quando o homem e a mulher tiverem garantido os direitos iguais, tal qual mencionados na Constituição Federal.

Por Tatá

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